segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O que não tem governo

Hoje minha noite foi arrancada de mim. E não era qualquer noite, essa era valiosa.
Bem sei que não devia sentir o q sinto e é como se cada minuto que passa fosse uma dose a mais de oxigênio pra este fogo que só cresce me queimando por dentro. Aflição.
Bem sei que estou prestes a anavalhar minha própria carne e a sentir toda a dor, segundo a segundo, sem parar, sem alívio.
Tento fugir, lutar, cair em si. Bem sei que é uma luta vã mas a qual não posso abandonar.
É inevitável e quanto mais eu luto mais sou vencida.
Admitir o que não quero, render -me a esse fogo, será minha perdição, minha sentença de morte...será lágrimas que certamente cairão.
Estou a caminho da forca, da guilhotina, da masmorra, sem carrascos a me forçar.
E vou, continuo indo...cada vez mais depressa.
Estou em meu quarto, angustiada como se fosse a única sobrevivente de um massacre. Desordem, pontas de cigarros espalhadas pelo chão e outros intactos a me esperar.
E em nada mais há tanta graça se não no olhar dela, na boca vermelha, na pele branca, nas mãos macias e no cheiro bom que possui.
Não sei se meu peito quer explodir ou se já não pode mais encolher.
Bem sei que ela é como folha ao vento...e que não será minha. E saber disso é como usar um sapato apertado e não poder descalçar.
O frio é ainda mais frio, o calor ainda mais inquietante, a solidão antes boa é agora saudade e como diz nosso sábio Chico, “todos os meus nervos estão a rogar, todos os meus órgãos estão a clamar...o que não tem governo, o que não tem vergonha, o que não tem juízo”.

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